@tatakamuxinzela
Pergunta boa: o oráculo do iniciado é diferente do oráculo do sacerdote e se sim, por que o iniciado não pode ter o mesmo oráculo do sacerdote?
Sim, são oráculos diferentes. O iniciado recebe o ẹrin, um oráculo de quatro búzios para fins pessoais. Ele servirá principalmente para o feitio e entrega de oferendas adequadas ao Exu tutelar. Este oráculo propicia uma boa comunicação e estreitamento de laços entre o Exu tutelar e o kimbanda, onde será possível averiguar oferendas e sacrifícios em função exclusiva do desenvolvimento pessoal. O iniciado aprende que antes de almejar cuidar de alguém, primeiro é necessário aprender a cuidar de si mesmo. É tolice tentar cuidar da espiritualidade e ancestralidade de alguém sem antes aprender a cuidar da sua própria; portanto, no início da jornada o kimbanda deve se dedicar exclusivamente a linha de trabalho de seu Exu tutelar, estreitando laços com ele, aprendendo a cozinhar para ele e a operar a magia dentro de sua linha de trabalho. Adquirindo e demonstrando proficiência nisso, compreendendo o valor da honra, da dignidade e da maturidade requerida, o iniciado penetra no sacerdócio.
Tendo desenvolvida a aptidão requerida ao sacerdócio, o kimbanda recebe a cabalá de exu. Através do ẹrin ele como iniciado teve acesso a linha de trabalho de seu Exu tutelar, mas como sacerdote através da cabalá de exu ele terá acesso a todas as linhas de trabalho dentro do corpo do Chefe Império Maioral, o Diabo. Primeiro ele aprendeu a operar com seu Exu tutelar e tendo sido proficiente nisso, ganhou a honra de trabalhar com todos os Gangas da Quimbanda. Enquanto o ẹrin dará acesso a uma linha de trabalho, a cabalá de exu abrirá o acesso a inúmeras linhas de trabalho.
Na Quimbanda o sacerdote é àquele indivíduo que ganhou a honra de operar com liberdade dentro do Reinado do Chefe Império Maioral, acessando todos os reinos e povos (linhas de trabalho). É somente no sacerdócio que ele estará apto a cuidar de outras pessoas.
Táta Nganga Kamuxinzela
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