Por Táta Nganga Kilumbu
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Um dos temas mais interessantes dentro dos estudos da Quimbanda é sobre a distribuição e hierarquia dos Povos de Exu e Pombagira no que concerne aos Reinos de Quimbanda. Alguns autores alegam que a ideia dos reinos se trata de uma concepção moderna e que não consta nas práticas e crenças mais antigas do culto aos Exus. Porém, diante desse diapasão, devemos nos remeter novamente às antigas leituras que podem parecer simples aos olhos dos incautos: primeiro a obra de Lourenço Braga, Umbanda e Quimbanda, que divide toda a antiga cosmogonia da Macumba entre duas linhas, os espíritos da linha branca da Umbanda e a os espíritos da linha negra da Quimbanda; segundo a obra de Aluízio Fontenelle, Exu, que divide os espíritos da Quimbanda em dois grandes reinos. Nesse material iremos compreender as ideias mais primitivas oriundas da Macumba sobre a divisão dos povos da Quimbanda. Em verdade, os autores umbandistas em momento algum fazem qualquer menção aos termos império e reino, contudo, ao dividir em dois grandes povos, governados por duas grandes divindades, fica claro que se trata de uma formatação primitiva de Reinos na estrutura da Quimbanda, onde teremos a presença então do Reino das Encruzilhadas e o Reino dos Cemitérios, divisão essa que permaneceu preservada dentro da Quimbanda Malê, uma das vertentes mais fiéis as ideias de Fontenelle por sinal.
Aluízio Fontenelle associa diretamente os Exus mais populares de sua época – talvez os mais importantes segundo seu ponto de vista – aos demônios[1] de um grimório popular de magia demonológica do Séc. XVIII, o Grimorium Verum. Fontenelle associa, dessa maneira, essas ideias àquelas compartilhadas por Lourenço Braga em seu Umbanda Quimbanda, de 1942. A partir dessa obra de Braga observa-se um rol taxativo de nomes de Exus que irão se repetir em boa parte da estrutura hierárquica do organograma que Fontenelle apresenta em Exu, de 1951. Em Lourenço Braga esses Exus mais populares aparecem como:
Entre todos os espíritos
Quimbandeiros, os mais conhecidos são os Exus, porque os exércitos deles são
enormes e poderosos: agem em todos os setores da vida na Terra e, dessa forma,
são conhecido dos os nomes de muitos chefes de falanges e de a legiões, assim
temos:
Exu das 7
encruzilhadas - Exu das 7 Ventanias ou Exu do Vento - Exu das 7 Montanhas - Exu
das 7 Cachoeiras - Exu das 7 Poeiras - Exu das 7 Escamas - Exu das 7 Espadas -
Exu das 7 Pembas - Exu das 7 Capas - Exu das 7 Chaves - Exu Tranca-Ruas - Exu
das 7 Capas - Exu Marabô - Exu Pagão - Exu Veludo - Exu Tiriri - Exu Mirim -
Exu do Mar - Exu do Lodo - Exu Maré - Exu Brasa - Exu Bandeira - Exu
Arranca-Toco - Exu das 7 Estrelas - Exu Corcovado ou Corcunda - Exu do Fogo -
Exu Morcego - Exu da Lua ou Lalú - Exu Bauru - Exu 5 Encruza - Exu da Campina -
Exu dos Rios - Exu das Matas - Exu da Pedreira - Exu Tira-Tira - Pombagira
(mulher de 7 Exus).[2]
Nesse excerto da obra de Braga observamos de forma clara que dez anos antes de Fontenelle lançar a sua obra Exu, e levar ao público o seu rol de nomes de Exus-Diabos comandantes dos povos de Exu, boa parte deles já era popular nas macumbas e umbandas do Rio de Janeiro. Estes foram também os Exus principais eleitos na teogonia da Quimbanda Malê e considerados de Lei em grande parte das umbandas desenvolvidas a partir deste período.
Outro assunto curioso é que Aluízio Fontenelle apesar de apresentar e dissertar um pouco sobre as Sete Linhas da Quimbanda, não se preocupa em encaixar as mesmas dentro dos Reinos e/ou Povos de Exus apresentados por ele em seu organograma. Na verdade, este autor apenas comenta sobre, sem se debruçar sobre o assunto buscando criar as devidas associações sobre quem seriam. Mas se voltarmos em Lourenço Braga, de quem Aluízio adota todo o sistema de Sete Linhas Negras e a visão diabólica dos Exus, e que acaba mais fortalecida com a associação aos diabos do Grimorium Verum, começamos a entender os caminhos que levaram a sua síntese. Assim, já de forma bem elucidativa, Braga descreve as Sete Linhas da Quimbanda e seus povos:
Linha das Almas - Chefe
UMULUM (São Lázaro) - povo dos Cemitérios
Linha dos Caveiras - Chefe
João Caveira
Linha de Nàgô - Chefe
Gererê (povo de Ganga) - encruzilhadas
Linha de Malei - Chefe Exu
Rei (povo de Exu) - encruzilhadas
Linha de Mossorubi- Chefe
Caminaloá - selvagens africanos - zulus, cafres, etc.
Linha de Caboclos
Quimbandeiros - Chefe Pantera Negra - selvagens Americanos - (Norte e Sul)
Linha Mista - Chefe Exu da
Campina ou Exu dos Rios - como sofá dos espíritos de várias raças.[3]
Assim vemos que os espíritos da Macumba, que não foram recebidos e nem adaptados aos rituais e crenças da Umbanda Branca, formaram as Sete Linhas da Quimbanda, formada por povos diversos, de diversas origens, e que Fontenelle irá estabelecer no seu organograma dividindo o povo da Quimbanda em duas hierarquias, uma comanda por Lúcifer, o Exu-Rei, e outra sobre o comando de Omulu. Apesar da distinção entre os Povos das Encruzilhadas e o dos Cemitérios não se apresentar tão clara, fica notório ao entendermos que a terceira pessoa de Lúcifer, mais invocado e conhecido nas Umbandas com o denominativo de: EXU REI DAS SETE ENCRUZILHADAS, ao lado de um panteão de um monte de entidades dos caminhos, como Exu Tranca Ruas, Exu Marabô, Exu Tiriri etc. E por outro lado teremos a segunda hierarquia comandado por Omulu ou Omulum, o Dono e Senhor dos Cemitérios, que perde seu status de òrìṣà africano ou mesmo de òrìṣà de Umbanda como São Lázaro, e se torna uma Entidade do Mal, sendo considerado um Diabo equiparado a Lúcifer, o Maioral, ou talvez uma faceta do mesmo atuante como senhor dos cemitérios.
A verdadeira entidade
OMULU ou OMULUM nunca foi-se e nem é São Lázaro, tão conhecido nas Leis
católicas, como o homem que na terra foi ressuscitado por Jesus Cristo.
O verdadeiro
Omulum, é nada mais nada menos que a entidade do mal que com esse mesmo nome é
conhecido como o Dono e Senhor dos Cemitérios, e que sob as ordens do chefe do
Poder do mal, toma conta do lugar denominado por DEUS como a MORADA DO PÓ,
conforme falamos anteriormente, pois essa entidade é invocada nas Leis de
AMBEQUERÊ-KIMBANDA, (religião trazida ao Brasil pelos primeiros escravos
africanos), e que hoje é vulgarmente denominada de «CANDOMBLÉ», nome esse dado
a um ritual antigo que se praticava numa determinada região da África, e que
hoje é largamente cultuada principalmente pelos negros do Estado da Bahia.
Voltando
agora ao ponto no qual quero provar que a entidade Omulum nada tem a ver com
São Lázaro, quero dizer, que o cemitério no qual se enterram os nossos mortos,
não é governado por São Lázaro, e sim, pela entidade do mal, denominada
cabalisticamente de OMULUM, isto é: Exu Omulum, ou ainda: Lúcifer na
personificação do Poder, como Dono e Senhor absoluto da matéria; o que quer
dizer: Dono da podridão que resulta do abandono do espírito propriamente dito
do corpo ou matéria, que nada mais representa até que se torna pó.
Omulu é a
entidade do mal incumbida de zelar pelos corpos depositados nos cemitérios.
Chefe de uma poderosa falange de Exus, Omulu é o próprio Lúcifer em outra
modalidade de trabalho, isto é: em outra roupagem como se costuma dizer na gira
Umbandista.
A
apresentação dessa entidade é na forma de um cadáver envolto em um sudário
branco, aparecendo nitidamente todas as características da MORTE.[4]
Assim, dado à autonomia ao Diabo OMULUM como Exu dono dos cemitérios e comandante dos Exus e espíritos kimbandas que lá atuam, fica sob o comando de Lúcifer, através de sua manifestação como Exu Rei das Sete Encruzilhadas, ou Ashtaroth para Fontenelle, como a manifestação primordial de Exu como uma entidade diabólica descendente, herdeira macumbeira da divindade nigeriana Èṣú, o òrìṣà dono dos caminhos e habitante das Encruzilhadas, que segundo conta o mito, ganhou o poder sobre as Encruzilhadas, regendo todos os seus movimentos:
Exu não tinha riqueza, não
tinha fazenda, não tinha rio, não tinha profissão, nem artes, nem missão. Exu
vagabundeava pelo mundo sem paradeiro. Então um dia, Exu passou a ir à casa de
Oxalá. la à casa de Oxalá todos os dias. Na casa de Oxalá, Exu se distraía,
vendo o velho fabricando os seres humanos. Muitos e muitos também vinham
visitar Oxalá, mas ali ficavam pouco, quatro dias, oito dias, e nada aprendiam.
Então um dia, Exu passou a ir à casa de Oxalá. la à casa de Oxalá todos os
dias. Na casa de Oxalá, Exu se distraía, vendo o velho fabricando os seres
humanos. Muitos e muitos também vinham visitar Oxalá, mas ali ficavam pouco,
quatro dias, oito dias, e nada aprendiam. Traziam oferendas, viam o velho
orixá, apreciavam sua obra e partiam. Exu ficou na casa de Oxalá dezesseis
anos. Exu prestava muita atenção na modelagem e aprendeu como Oxalá fabricava
as mãos, os pés, a boca, os olhos, o pênis dos homens, as mãos, os pés, a boca,
os olhos, a vagina das mulheres. Durante dezesseis anos ali ficou ajudando o velho
orixá. Exu não perguntava.
Exu
observava. Exu prestava atenção. Exu aprendeu tudo.
Um dia Oxalá
disse a Exu para ir postar-se na encruzilhada por onde passavam os que vinham à
sua casa. Para ficar ali e não deixar passar quem não trouxesse uma oferenda a
Oxalá. Cada vez mais havia mais humanos para Oxalá fazer. Oxalá não queria
perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam. Oxalá nem tinha
tempo para as visitas. Exu tinha aprendido tudo e agora podia ajudar Oxalá. Exu
coletava os ebós para Oxalá. Exu recebia as oferendas e as entregava a Oxalá.
Exu fazia bem o seu trabalho e Oxalá decidiu recompensá-lo. Assim, quem viesse
à casa de Oxalá teria que pagar também alguma coisa a Exu. Quem estivesse
voltando da casa de Oxalá também pagaria alguma coisa a Exu. Exu mantinha-se
sempre a postos guardando a casa de Oxalá. Armado de um ogó, poderoso porrete,
afastava os indesejáveis e punia quem tentasse burlar sua vigilância. Exu
trabalhava demais e fez ali a sua casa, ali na encruzilhada. Ganhou uma rendosa
profissão, ganhou seu lugar, sua casa. Exu ficou rico e poderoso.
Ninguém pode
mais passar pela encruzilhada sem pagar alguma coisa a Exu.[5]
Assim, o mito sagrado do òrìṣà Èṣú, em que devido a ajudar Òṣàlà em seu processo criativo, acaba habitando as encruzilhadas e se tornando o seu senhor, mesmo deturpado dentro dos escritos umbandistas, pois como este òrìṣà não ganha espaço dentro da Umbanda, e acaba sendo substituído por Ògún no comando das Encruzilhadas, como deixou escrito N.A. Molina em seu livro Saravá Ogun na década de 1970: OGUN é o dono supremo das Encruzilhadas de trilhos de bondes e trens pois elas são de aço e a ele pertencem assim como também o centro das Encruzilhadas das ruas, todas elas pertencem a OGUN. Nesse sentido, de forma velada, Lúcifer sincretizado na figura de Èṣú, que já chega ao Brasil demonizado, principalmente por esforço do reverendo anglicano Samuel Ajayi Crowther (1843), fato que Aluízio Fontenelle escreve sobre os domínios de Exu como sendo também as Encruzilhadas, junto com o Ògún dos Feiticeiros da Macumba:
[...] sendo o Exu o dono
principal das RUAS e ENCRUZILHADAS, é a ele quem primeiro devemos salvar, pois
é somente com a sua licença que podemos dirigir um trabalho de Magia, pelo fato
de ser ainda ele, o elemento Mágico Universal.[6]
Portanto, vemos um casamento perfeito, além do conceito de Agente Mágico Universal de Eliphas Levi, o qual também é associado ao Baphomet e ao arcano do Diabo em sua obra Dogma e Ritual de Alta Magia, ao mesmo tempo que conecta o Diabo com a figura de Exu, remetendo aos itans (mitos de origem yorùbá para conceituação de práticas e crenças do culto dos Òrìsàs), onde Èsù se torna o Senhor supremo das Encruzilhadas, recendo suas oferendas e ebós com primazia, antes de todos os demais òrìṣà.
Apesar desse organograma retirado de site da internet não estar de forma coerente aos dois propostos em Exu de Fontenelle, e está mais de acordo com o sistema apresentado no Livro Exus, Kiumbas e Eguns de Antonio de Alva, de mesmo modo fica interessante para estudos. E por isso devemos tomar cuidado demasiado ao estudarmos pelos canais da internet, pois muitos textos e sistemas que nos são apresentados acabam sendo deturpados ou retirados de outras fontes, porém apresentados como se fossem aquela que buscamos. Pois nas páginas originais deste livro, veremos toda essa hierarquia dividida em duas, sendo a primeira casta iniciada pelo Maioral e findando em Exu Marabá. Já a outra casta inicia de forma separada em Omulu e finda em Exu do Cheiro e Exu Curador. Assim, dividido de forma sistematizada, em Reino das Encruzilhadas sob chefia de Lúcifer / Exu Rei das 7 Encruzilhadas, e em Reino dos Cemitérios sob o comando do Dono e Senhor dos mesmos, o Exu Omulu, que também poderia ser chamado de Reino das Almas, devido a Linha das Almas, ser o nome da Linha governada pelo mesmo senhor.
Diante então do que escreve Aluízio Fontenelle em Exu sobre a estruturação e sistema de organização dos Povos da Quimbanda, fica claro uma dupla hierarquia distinta, tendo o encabeçamento por duas Entidades diferentes, sendo a primeira chefiada por Lúcifer, o Maioral, ou Exu Rei, como o autor também o nomeia, que se manifesta em sua terceira pessoa como Exu Rei das Sete Encruzilhadas na figura sincrética do demônio Aschtaroth, onde a hierarquia fica fácil compreender que se trata maioria de Exus que respondem nos caminhos, apesar de haver dentro da mesma, a nomeação do Exu dos Cemitérios. Todavia, Fontenelle não faz que como os autores posteriores fizeram, reunindo Omulu como comandado de Lúcifer. Como em epígrafe, o escritor colocar Omulu ou Exu Omulu, como queira chamar, apesar de não ser nomeado assim naquele momento ainda, sob uma espécie de autonomia; mesmo existindo um Deus Absoluto da Quimbanda chamado Maioral, Omolu aparece como o Dono e Senhor dos Cemitérios, e apresentado como a expressão de seus domínios como organograma das falanges de Exus que trabalham sob as ordens de Omulu (ou Omulum), o que fica claro, que estes Exus então, dessa hierarquia, não possuíam conexões hierárquicas com o Exu-Rei da primeira hierarquia regente das Encruzilhadas.
Por outro lado, ao transformar o òrìṣà Omulu em uma entidade diabólica da Quimbanda, ganhando status de Exu da Macumba, ou da Quimbanda, afinal, pelo o que se fica muito claro, mas sem respostas em autores, os espíritos sob a égide de Omulu e que compõem da Linha das Almas, todos de maneira geral eram chamados de Omoluns, assim, diante desse ponto de vista, Exu Meia Noite, Exu Caveira, Exu Mirim, etc., todos eram Umuluns. Porém, com o tempo, pelo panteão da Quimbanda ser o reduto dos espíritos da Macumba que rejeitam a ideia do embranquecimento kardecista da Umbanda, o que acabam sendo todos rotulados como demônios, e se o povo de Exu era tudo demônio, todos os espíritos da Quimbanda eram Exus. Nesse momento se define que os Caboclos e Pretos Velhos Quimbandeiros, os Omoluns, os Caveiras, os Gangas, (estes mencionados em livros de Lourenço Braga e Aluízio Fontenelle), assim como todos os demais espíritos da Macumba, mesmo que alguns atuantes na Umbanda, porém aqueles mais agressivos que são rejeitados por ela, adentram e todos ganham status de Exus. Por isso quando falamos dentro da Quimbanda Nàgô, que até nosso Ògún é Exu, as pessoas se espantam com a visão diferenciada do que fora proposto pela Umbanda e Candomblé. Na verdade, a régua da Quimbanda é totalmente diversa dessas religiões anunciadas, temos que entender a complexidade de sua formação para poder entender suas crenças e costumes.
Para solidificar e solucionar então a relação de Omulu com algum demônio, conforme Fontenelle fez com todos os Exus anunciados em suas duas hierarquias, os de Encruzilhada e os de Cemitério, o escritor aborda Omulu não através mais de sincretismo de santo católico para afirmar a sua posição nem mesmo de um òrìṣà branco da Umbanda, mas o associa diretamente a Lúcifer, quando ele diz que o Chefe dessa poderosa Falange de Exus, Omulu, é o próprio Lúcifer em outra modalidade de trabalho, isto é: uma outra roupagem como se costuma dizer nas giras Umbandistas. Agora sim, com essa ideia dele também ser Lúcifer, o Diabo, o dá o status de comandante dos demônios do inferno. Legado esse que permanece até hoje dentro dos moldes da Quimbanda Malê, onde o Omulu é considerado a faceta de Exu Rei, conforme fica os pontos mesmos em Exu fazendo essa correlação entre Exu Rei e Omolu.
Portanto, compreendendo as diferenças de sistemas
controlados por Lúcifer e por Omulu, e sua natureza diabólica apresentada pelos
autores da década de 40 e 50, conseguimos entender como era estruturado na
visão popular os povos de Exu, em dois grandes domínios: Caminhos e Almas, e é
dessa estrutura que mais tardes as vertentes vão bebendo as ideias iniciais,
onde mais tarde iríamos chamar de Reino das Encruzilhadas, povoado por miríades
de Exus, e Reino dos Cemitérios, povoado por Exus, Caveiras e Omuluns das
Linhas da Macumba Carioca.
[1] Estes demônios são,
entretanto, antigas divindades pagãs. Veja o texto de Táta Kamuxinzela: A Incursão Diabólica na
Quimbanda.
Veja também, do mesmo autor, A Demonologia do Grimorium Verum.
[2] Lourenço Braga. Umbanda
& Quimbanda. EDC, 1981, pp. 16.
[3] Ibidem, pp. 66.
[4] Aluízio Fontenelle. Exu.
Via Sestra, 2024, pp. 145-6.
[5] Reginaldo Prandi. Mitologia
dos Orixás. Companhia das Letras, 2021, pp. 19.
[6] Aluízio Fontenelle. Exu.
Via Sestra, 2024, pp. 132.