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A MAGIA DA QUIMBANDA #6: TODOS TÊM EXUS?

ENTREVISTA VIA ITÁLIA:


 

Por Táta Nganga Kamuxinzela

@tatakamuxinzela | @covadecipriano | @quimbandanago 

 

O que segue são as minhas respostas para uma entrevista no YouTube via Itália, canal da La Societa ‘dello Zolfo (@la_societa_dello_zolfo), dia seis de junho de 2024, disponível na íntegra no canal. O objetivo da entrevista foi apresentar a Quimbanda para ocultistas italianos (e europeus de modo geral). Como as perguntas são relevantes também para um público brasileiro, decidi fazer uma versão escrita das respostas, completando a entrevista para o YouTube com detalhes que não me aprofundei ao vivo. 

Vou dividir toda a entrevista em postagens individuais para cada pergunta no blog. O propósito disso é criar postagens com textos pequenos ao invés de uma postagem apenas com o texto extenso, com mais de 40 laudas.

6. Toda pessoa tem um Exu ou uma Pombagira? Isso é descoberto pelo Táta? Depois de aproximadamente quanto tempo? 

Podemos dizer que no Brasil, de modo geral a grande maioria das pessoas possui sim Exu e Pombagira. Mas há indivíduos que não possuem, por inúmeros fatores conectados a ancestralidade. 

Quando uma pessoa solicita admissão ao culto, o que a Quimbanda faz é jogar uma luz por sobre sua ancestralidade, buscando dentro dela um Exu e uma Pombagira, pelo menos. Na Quimbanda, portanto, os Exus estão de verdade associados a ancestralidade de cada um; mas há exceções, porque àquele indivíduo que não possui em sua ancestralidade um Exu ou Pombagira, qualquer outro Ganga dos Reinos de Quimbanda pode assumir a sua tutela. O táta-nganga, portanto, tem as qualificações para averiguar profundamente as raízes da ancestralidade daqueles que solicitam admissão a Quimbanda, encontrando ou indicando o Exu tutelar dos aspirantes a guerra do Diabo. 

Uma vez que a Quimbanda opera com a fórmula mágica universal do espírito tutelar, o primeiro passo é descobrir e construir as moradas físicas, i.e. os fundamentos, dos Exus de Coroa nos noviços. Isso significa que ao ser iniciado na Quimbanda, o adepto, agora um kimbanda, recebe imediatamente o fundamento de seu Exu tutelar para com ele começar a se desenvolver na estrutura do culto. A partir desse momento, com o fundamento de seu Exu tutelar, o kimbanda começa a trilhar o caminho de seu desenvolvimento mediúnico, sem o qual ele não progride no culto. O desenvolvimento mediúnico na Quimbanda não tem absolutamente nada a ver pelo que se entende desse termo no contexto das mais variadas umbandas. Não há giras de desenvolvimento na Quimbanda tal qual existem nas umbandas. Todo o processo de desenvolvimento mediúnico ocorre por meio da execução dos diversos fundamentos do culto, principalmente a ação purificatória dos orôs, os ritos de sacrifício animal em honra aos Gangas. 

O indivíduo que aspira adentrar a Quimbanda, pode fazê-lo por muitos motivos. Todos esses motivos são legítimos se no seu cerne existe o desejo ardente, fidedigno, verdadeiro, de cultuar os Gangas. Dessa forma, não faz sentido admitir um adepto na corrente sem que este não saiba quem é seu Exu tutelar e não tenha mecanismos para exercer o seu culto. O que a Quimbanda faz é oferecer um sistema seguro através do qual o kimbanda verdadeiramente se comunicará e se conectará com seu Exu tutelar. Isso depende de um estreitamento de laços, do desenvolvimento de uma relação íntima, que começa no batismo, entre o kimbanda e seu Exu tutelar.




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